ECONOMIA SUSTENTÁVEL
Crescimento e geração de valor
Os resultados de 2022 confirmam a capacidade da Klabin de crescer e gerar valor em diversas conjunturas. O modelo de negócio integrado e flexível, com portfólio diversificado de produtos, tem permitido à Companhia seguir sua estratégia de investimentos e em sua trajetória de expansão.
O 13º ano de crescimento consecutivo de Ebitda Ajustado, que atingiu patamar de R$ 7,8 bilhões, excluídos os efeitos não recorrentes, e a diligente alocação de capital favoreceram a geração de caixa no período e, consequentemente, a criação de valor para os acionistas. O retorno sobre o capital empregado, medido pelo ROIC (Retorno sobre o Capital Investido), foi de 19,2% em 2022, patamar mantido por vários trimestres.
R$ 7,8 bilhões
bilhões de Ebitda Ajustado, excluídos os efeitos não recorrentes, 13% acima do registrado em 2021.
19,2%
de ROIC, sinalizando um desempenho consistente por diversos trimestres e a alocação assertiva de capital.
2,6x
foi a relação dívida líquida/Ebitda Ajustado medida em dólares, demonstrando desalavancagem da Companhia, mesmo durante o ciclo de investimentos do Puma II.
Resultado operacional
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O volume de vendas (excluindo madeira) foi de 3.852 mil toneladas, 1% acima do observado em 2021.
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O volume incremental de Eukaliner® da MP27 contribuiu para o resultado, compensando a redução de volume apresentada nos demais segmentos.
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A receita líquida atingiu R$ 20,033 bilhões, 22% superior à de 2021, com aumento em todas as linhas de negócios: celulose, papéis e embalagens.
O que desafiou a Klabin
O custo caixa unitário, que contempla a venda de todos os produtos da Companhia e inclui as despesas com vendas, despesas gerais e administrativas, excluindo os efeitos de paradas programadas, foi de R$ 3.111 por tonelada. Esse valor representa aumento de 24% em relação ao verificado em 2021. Esse crescimento é explicado, principalmente, pela elevação nos custos de químicos e combustíveis, pelo aumento de custo pela inflação de serviços e mão de obra, e pela menor diluição de custos fixos em decorrência do menor volume vendido. Também houve aumento no custo de fibras, como resultado da maior compra de madeira de terceiros, visando a suprir o primeiro ciclo do Projeto Puma II, enquanto as florestas próprias se desenvolvem para colheita a partir do segundo ciclo.
Parte desse aumento foi compensada pela redução no custo médio e pelo menor volume de compra de aparas em virtude da redução da produção de reciclados, além da menor compra de papel de terceiros, ambos em decorrência da maior integração de kraftliner na produção de caixas de papelão ondulado.
As contribuições das unidades de negócio
A Unidade Florestal tem atuado para fazer frente aos maiores volumes de produção decorrentes do aumento de capacidade da Companhia. Ao final de 2022, cerca de 90% do programa de expansão florestal havia sido concluído. O desempenho alcançado foi solicitado, com a operação da Máquina de Papel 27 em produção plena exigindo a execução do plano da área florestal desenvolvido desde a concepção do Puma II.
Nesse cenário, foram movimentados aproximadamente 16 milhões de toneladas de toras e cavacos de pínus e eucalipto. A maior parte para a produção de papel e celulose, tendo uma biomassa resultante do processamento dessa madeira sendo utilizada para a autogeração de energia renovável na Companhia. Desse total, o volume de vendas de toras a terceiros foi de 1 milhão de toneladas, com receita líquida de R$ 192 milhões em 2022.
O Negócio Celulose operou acima da capacidade nominal da planta, resultado de projetos de desgargalamento combinados a ganhos de produtividade fabril. O volume de produção atingiu a marca de 1,586 milhão de toneladas, 4% abaixo do volume do ano anterior, uma vez que em 2021 não houve parada geral de manutenção. A receita líquida atingiu R$ 6,995 bilhões, 21% mais do que em 2021, e a geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, foi de R$ 3,964 bilhões no ano, 8% superior ao ano anterior, melhor resultado desde o início da operação da Unidade Puma, no Paraná, em 2016.
A celulose fluff apresentou demanda resiliente, e superior às das demais fibras, consolidando as expectativas positivas para o futuro da Companhia. No mercado de celulose de fibra longa, a Klabin sustentau sua importante liderança regional. Já a fibra curta representou 30% do resultado financeiro em 2022.
As mudanças aceleradas pela pandemia da Covid-19, a busca de produtos mais inteligentes, o movimento de substituição do plástico de uso único por embalagens de papel e a maior representatividade do e-commerce nas vendas ficaram mais evidentes em 2022, refletindo-se nos resultados sólidos da unidade de negócios Papéis.
Como a unidade já opera com a capacidade máxima na produção de cartões, o volume de vendas permaneceu estável em comparação com o ano anterior (2021), mesmo considerada a alta demanda desse mercado em 2022. A receita de vendas de papel-cartão atingiu o montante de R$ 3,538 bilhões, um crescimento de 15% em relação a 2021, reflexo da implementação de reajustes de preços ao longo do ano, compensando o efeito negativo do câmbio no período. A unidade também consolidou as vendas da produção de cartões da Máquina de Papel 28, com a formalização dos contratos de cerca de 60% de seu volume vendido. A MP28 entrará em operação no segundo trimestre de 2023.
O mercado de kraftliner iniciou o ano de 2022 com níveis de preços elevados, próximos às máximas históricas, após um ano de forte crescimento. No primeiro semestre, novos aumentos de preço foram impulsionados pela pressão de custos dos produtores do hemisfério Norte, principalmente relacionados à matriz energética da Europa. No segundo semestre, a retração da demanda, o aumento da oferta e o maior nível de estoques dos clientes, resultado da melhora das condições logísticas, levaram ao início da correção de preços. Nesse contexto, a Klabin usufruiu de sua capacidade de integração de papéis em embalagens, reduzindo o volume de produção de papel reciclado e aumentando a conversão de kraftliner, mais competitivo, em papelão ondulado.
O volume de vendas de containerboard foi de 568 mil toneladas, 35% superior ao volume de 2021, reflexo principalmente do volume incremental de Eukaliner® da MP27. A receita líquida atingiu R$ 2,820 bilhões, crescimento de 75% na comparação anual, em razão do aumento no volume vendido combinado aos reajustes de preços, que compensaram o efeito negativo do câmbio no período.
Em decorrência de fatores como a desaceleração dos bens de consumo e a quebra da safra de fumo e frutas por problemas climáticos e mercadológicos, especialmente na Europa, setores com os quais a Klabin possui participação relevante, o volume de vendas de embalagens de papelão ondulado da Companhia sofreu queda de 8% em relação a 2021, totalizando 876 mil toneladas. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 4,973 bilhões no ano, alta de 7% em relação ao período anterior, reflexo dos repasses de preços ao longo do ano para compensar a inflação dos custos.
O negócio Sacos Industriais continuou operando em sua capacidade máxima, impulsionado pela crescente demanda por embalagens sustentáveis, principalmente a substituição de plástico de uso único.
Em 2022, houve redução de 4% no volume de vendas em relação a 2021, como resultado da mudança da carteira de produtos, com maior volume de vendas de sacos para novos usos, como sacos de ração animal, açúcar, café e farinha. Estes, por serem menores e mais leves comparados aos sacos para construção civil, representam menor volume quando medidos em toneladas, mas, por sua vez, têm maior valor agregado. Com isso, a receita líquida consumida R$ 1.217 bilhões em 2022, crescimento de 17%, em razão do melhor mix de vendas e repasses de preços para compensar a compensação de custos no período.